Há mais de 11 anos no futebol europeu, Gabriel Silva está de volta ao Brasil. O lateral-esquerdo revelado pelo Palmeiras estava no Saint-Étienne, que atualmente disputa a segunda divisão da França, mas rescindiu contrato para retornar ao seu país de origem. Foram mais de 80 jogos pelos último clube, onde estava desde 2017.

Gabriel, hoje com 31 anos, também passou por Itália e Espanha. Ele subiu para o profissional do Palmeiras em 2010, e fez três gols em 56 partidas disputadas ao longo de duas temporadas. Se tornou destaque do Alviverde numa época em que o clube pouco investia na base, e foi vendido para a Udinese por 4 milhões de euros.

  • Clubes defendidos por Gabriel Silva: Palmeiras, Udinese, Novara, Carpi, Granada e Saint-Étienne

Em papo com o ge, Gabriel explicou a rescisão e o que pensa para o futuro.

– Tiverem algumas mudanças nos últimos anos, o Saint-Étienne não estava bem e cheguei em comum acordo com o clube. Acho que foi bom para mim e para eles.

– Penso que meu tempo na Europa já acabou. Lembro até de uma história do Marcos Assunção. Quando eu estava saindo do Palmeiras para a Udinese, ele me chamou de lado e falou: “Joguei lá, sei como funciona. Quero que você fique por lá pelo menos 10 anos”. Eu me sinto realizado por ter disputado três grandes campeonatos. Vejo com bons olhos a volta para o Brasil e acertar com algum clube brasileiro – completou.

Confira trechos da entrevista:

Qual a liga mais difícil entre as que você jogou na Europa?

– Naquela época, eu costumava dizer, quem consegue jogar na Itália, consegue jogar em qualquer lugar. É bem difícil jogar ali. Eles te ensinam a tática quando você chega. Na Espanha é mais jogar futebol, mais à vontade. Na França, é um campeonato mais duro. O mais pegado de jogar eu colocaria a Itália.

Qual o jogador mais difícil que marcou na carreira?

– É difícil falar um cara que eu marquei. Cristiano Ronaldo, Messi… quando fui para a Espanha, o Neymar estava na Espanha, tinha o trio MSN. Depois o timaço do Real Madrid com Cristiano Ronaldo, Benzema. Um cara que tive muito trabalho quando joguei contra foi o Cuadrado. Muito rápido. O Cuadrado eu batia sempre de frente, jogava ali pela direita. Foi um cara muito difícil de jogar.

Como era a base do Palmeiras na sua época?

– Na minha época da base, não era como hoje, mas era o Palmeiras, né? Era uma base boa. Não tem como comparar com hoje, com o que eles estão vivendo. Pelo que acompanho, o Palmeiras é um dos maiores times do Brasil com uma estrutura ainda melhor – e na nossa época já era boa. O essencial era dentro de campo. Trabalhamos com bons treinadores… o Jorginho estava ali, o Juninho.

Muricy, Felipão ou Luxemburgo: qual você escolheria?

– Eles são diferentes. São fenômenos. É até difícil escolher um. Foi um sonho trabalhar com os três. Quem me subiu para o profissional foi o Luxemburgo. Mas a gente só treinava. Depois veio o Muricy e o Felipão. Se fosse para escolher um, acho que é o Muricy. Baita de um treinador, que fez a diferença.

Como foi ser campeão mundial Sub-20 no timaço com Casemiro, Oscar, Coutinho…

– Eu tenho contato com eles ainda. Era um timaço. Até quando eu estava na Itália, na França… falavam deles. Isso que Lucas e Neymar não foram, já estavam no profissional. Nosso time era piada. Não tinha como não ganhar.

Fonte: GE