Jogo 1No dia 4 de janeiro o Atlético-MG iniciou a temporada 2016. Desde o primeiro dia de trabalho na Cidade do Galo, já se sabia que Marcos Rocha seria o titular da lateral direita. Patric vinha na sequência, como reserva imediato. Então, Carlos César aparecia somente como terceira opção para o setor. Dez meses depois e com muitos acontecimentos, Carlos César deixou de ser a terceira opção e neste domingo vai se tornar o lateral direito com mais jogos pelo clube na temporada 2016.

Como Marcos Rocha se machucou algumas vezes no ano, assim como Patric, Carlos César teve muitas chances e ganhou a confiança de todos. Mesmo com a missão de substituir Marcos Rocha, apontado como o melhor lateral direito do Campeonato Brasileiro nas últimas edições, Carlos César entrou e deu conta do recado. Tanto que o camisa 19 é titular nessa importante sequência de jogos do Atlético, que briga pelo título do Brasileirão, sem fazer a torcida ter muitas saudades de Marcos Rocha.

E neste domingo, diante do Botafogo, Carlos César completará 37 partidas em 2016. Uma marca e tanto para quem chegou à Cidade do Galo em 2011 e ainda não completou 100 partidas com a camisa alvinegra. Entre empréstimos e longos períodos na reserva, Carlos César atuou 83 vezes pelo clube mineiro. Apesar do pouco tempo em campo, ele tem um currículo de respeito, com três títulos do Mineiro e uma Libertadores, além de dois vice-campeonatos nacionais. Vencer o Brasileirão, o grande momento na carreira e a série de jogos em 2016 são alguns dos pontos que o lateral falou com exclusividade ao UOL Esporte.

UOL: A temporada começou com você como a terceira opção para a lateral direita. Contra o Botafogo você vai superar o Marcos Rocha em número de jogos em 2016. Como foi essa evolução no ano?
Carlos César: É verdade, foi um começo de ano difícil, como terceira opção, como você mesmo frisou. Mas eu já vinha me preparando para isso. Sabia que o começo seria difícil, mas o final poderia ser diferente. Eu coloquei isso em mente, trabalhei focado, pensando na primeira oportunidade que poderia ter. Tinha que fazer um dos meus melhores jogos, para ganhar a confiança do treinador e mostrar que estava no mesmo nível dos jogadores que estavam jogando, que eram o Rocha e o Patric. Então, mentalizei isso e trabalhando ainda mais do que já estava. E as coisas começaram a acontecer. Isso é fruto de um foco, de um trabalho a mais, de uma dedicação. Hoje tenho essa sequência de jogos. A equipe também passou uma confiança maior, me deixando à vontade. Fico muito feliz em poder atingir essa marca de jogos no ano, com participação grande e fazendo gols. Isso é muito gratificante.

UOL: É uma grande sequência como titular e sempre com elogios da comissão técnica, da crítica e da torcida. São vários jogos em alto nível e confiança de todos. É um dos melhores momentos da sua carreira?
Carlos César: Sem dúvidas é o melhor momento no Atlético e o melhor momento da minha carreira. Estou com uma sequência de jogos aqui no Atlético, podendo dar uma outra visão aos torcedores e todos aqueles que torcem por mim também. Podem me ver jogando mais, participando de finais de campeonato, como foi no Mineiro. E nessa briga pelo título também. Estou atingindo minha maior marca de jogos no Atlético. E isso me deixa feliz e motivado para seguir nessa caminhada.

 UOL: E o que falar desse ano goleador? Até então eram somente dois gols pelo Atlético-MG, mas somente neste Brasileirão você já marcou dois. Isso é resultado da sequência de jogos, incentivo do treinador ou por você estar num momento mais confiante e mais maduro da carreira?
Carlos César: Fico muito feliz por já ter feito dois gols neste ano. Desde 2011 eu tinha marcado apenas dois. Esse ano está sendo bem diferente, estou muito feliz. Minha família está crescendo. Até então era eu e minha esposa, agora tenho um filho, o Henri Lucca, de apenas 15 dias. Ofereci a ele esses dois gols. Isso é consequência de maturidade, de uma sequência de jogos, de confiança maior, que tem me dado essa oportunidade. Tomara que até o final do ano eu possa aumentar o número de gols marcados e possa ajudar o Atlético a vencer as partidas, principalmente com boas atuações.

UOL: No seu currículo, já consta dois vice-campeonatos nacionais com o Atlético. Assim como no ano passado, a diferença para o líder está em cinco pontos após 30 rodadas. O que fazer de diferente de 2012 e 2015, quando o Galo não conseguiu encostar no Fluminense e no Corinthians?
Carlos César: É verdade, já são dois vices nacionais e está na hora de chegar uma medalha de ouro. Um Campeonato Brasileiro que será muito importante para todos nós jogadores, torcedores. O Campeonato Brasileiro representa muito para todos nós e acredito que para ser diferente a gente precisa de uma arrancada boa nessas oito rodadas finais. A gente fazer bem a nossa tarefa, o nosso dever e esperar tropeços de Palmeiras e Flamengo, que estão em cima. Então é a gente continuar focado, fazendo o nosso trabalho bem feito e conseguindo as vitórias até o final, para a gente buscar esse tão sonhado título do Campeonato Brasileiro.

 UOL: Mesmo com a grande campanha, o Atlético é bastante contestado por algumas atuações abaixo do que se espera de um time com tantos talentos. Existe um excesso de cobrança ou realmente o time deixa a desejar na questão exibição, já que os resultados são bons?
Carlos César: No início da competição a gente oscilou muito. Hoje o Atlético está sofrendo mais para conquistar o título pelo fato de nas primeiras oito rodadas não ter somado muitos pontos. Ficamos com esse período sem vitórias. Mas hoje temos um equilíbrio melhor, conseguimos encaixar melhor a nossa equipe, contar com todo o elenco, pois em muitos momentos nós perdemos vários jogadores. Então a gente tem que continuar focado, fazendo bons jogos. Mas o mais importante de tudo é vencer, não importa se jogo bonito, se é no sacrifício ou na garra. O importante, nessas últimas rodadas, é a gente vencer e passar essa confiança para os torcedores, para que eles continuem nos apoiando e o Atlético siga firme nessa luta.

UOL: E para encerrar, podemos dizer que o Carlos César é pé quente? Desde que você chegou o Atlético só brigou por títulos. Tirando aquele final de 2011, você só pegou disputa por coisa grande. É ou não pé quente?
Carlos César: Posso dizer que sou abençoado por Deus. Até em 2011 eu tive uma conquista. No momento que cheguei no Atlético, já foi no segundo turno. Se eu não me engano, faltavam 13 jogos e a gente tinha que ganhar nove partidas. Foi uma disputa muito grande para tirar o Atlético da zona do rebaixamento. A gente foi passo a passo, projetando nossa caminhada até livrar do rebaixamento. De lá para cá, tenho agradecido muito a Deus por me dar essa oportunidade, de todo o ano que estou no Atlético é disputando títulos e levantando taça. Estamos brigando por dois títulos e espero que Deus possa nos abençoar, para continuar trabalhando forte e focando em busca desses títulos, que vão ser importantes para as nossas carreiras.

Fonte: Uol