Luverdense 1A equipe da cidade de Lucas do Rio Verde-MT, que tem aproximadamente 60 mil habitantes, conseguiu uma boa arrancada no segundo turno da Segunda Divisão com cinco vitórias consecutivas em casa.

Com 42 pontos ganhos, está apenas seis do Avaí, o quarto colocado. O próximo desafio será contra o Sampaio Corrêa (MA), sábado, às 16h, no Castelão, em São Luis.

“Não dá tempo nem de respirar. O time todo está de parabéns. É uma equipe de operários, com muita qualidade, bem disciplinada. Prezamos muito por isso, ter um time organizado. O mérito é deles”, disse o treinador.

COMEÇO NO SUL

Júnior Rocha começou sua carreira como atleta no juvenil do Aimoré e foi para o RS Futebol Clube, equipe mantida pelo treinador Paulo César Carpegiani.

“Joguei com o Thiago Silva [zagueiro do Paris-Saint Germain], que ainda juvenil e conhecido como Carioca e morava nos alojamentos do clube. O [zagueiro do Schalke 04-ALE] Naldo também e Ederson [meia do Flamengo] também estavam por lá”.

Depois disso, ele foi para o XV de Novembro de Campo Bom-RS e foi vice-campeão gaúcho, em 2005. O time comandado por Leandro Machado perdeu para o Internacional nos pênaltis.

Depois de jogar na Ulbra-RS, Cerro Porteño-PAR, Central-PE e Novo Hamburgo-RS, ele jogou pelo Luverdense.

“Fui campeão estadual e artilheiro em 2009. Em abril de 2011, o Lisca veio treinar a equipe na Série C e fez uma reformulação. Eu voltei para o Rio Grande do Sul já com a ideia de encerrar a carreira de atleta com 30 anos. Estava baleado e tinha sofrido três cirurgias (risos). O rendimento tinha caído, eu era um jogador de muita velocidade e tinha perdido isso”.

“Não queria mais me envolver com futebol porque a rotina é muito desgastante por causa de viagens, concentrações. Fui estudar educação física e depois de dois meses em casa me bateu aquela saudade (risos)”.

Foi então que ele procurou um ex-treinador e em menos de duas semanas já estava integrado ao trabalho nas categorias de base. Ele treinou o Chimarrão, tradicional clube formador, e foi para os juniores do Aimoré-RS.

“Eu vi que era o que queria e fui estudar a parte tática e as coisas foram dando certo. Em 2013, recebi um convite de trabalhar na base do Luverdense e aceitei na hora”.

Depois de ser vice-campeão estadual, perdendo a final para o REC, que tinha o meia Valdivia, hoje no internacional, Júnior foi chamado para ser auxiliar da equipe principal.

“Me pediram para ajudar o treinador Roberval Davino no profissional depois. Na terceira rodada da Série C ele foi demitido. O [presidente do clube] Helmut me pediu para ficar de interino e tivemos uma semana antes do jogo contra o Rio Branco-AC. Eu já conhecia os jogadores e mudei o esquema tático da equipe. Vencemos por 4 a 1”.

“Pegamos o Corinthians depois na Copa do Brasil e vencemos em casa por 1 a 0. Daí, minha carreira só decolou”. Apesar da derrota para os paulistanos por 2 a 0 no jogo de volta e a desclassificação no mata-mata, o Luverdense conseguiu o acesso para a Série B do Brasileiro.

Após sair do clube em 2014, ele voltou ano passado e brigou pelo acesso para Série A até as últimas rodadas.

“Foi tudo muito rápido, mesmo com pouca idade. Estou gostando da carreira. Se tudo der certo, terminarei minha faculdade de educação física no final deste ano”.

Na formatura, mais do que vibrar com o diploma, Júnior espera comemorar o final de sua graduação com a vaga na Série A do Campeonato Brasileiro.