O Bahia começou a temporada 2020 sem inspirar grande confiança. Porém, se o coletivo ainda não correspondeu às expectativas, individualmente algumas peças se sobressaem. Entre elas está o atacante Élber, que atuou como titular nas sete partidas da equipe principal tricolor, com dois gols marcados e uma assistência.

O início de ano é promissor. Em 2019, Élber passou em branco nos sete primeiros jogos que realizou na temporada. O mesmo ocorreu em 2018, quando só foi balançar as redes após 22 partidas. Em alta não só por anotar gols, mas por ter boas atuações, o atacante conta que se preparou durante o período de férias para voltar bem fisicamente e ter um bom rendimento já nos jogos que abrem a temporada.

– Sem dúvida. Sempre me dediquei muito, trabalhei muito nas férias para estar preparado fisicamente. Me vejo colhendo os frutos. Isso torna o momento muito especial. (…) Cara, é um início de temporada mais produtivo e com mais estabilidade e confiança em relação aos anteriores. Então, sim, é meu melhor início no aspecto individual – disse o jogador ao GloboEsporte.com.

Nos últimos dois anos, o atacante atuou pelas pontas do time do Bahia. Em 2020, Roger Machado o encarregou de uma nova função. Com o esquema tático formado por três homens de maior mobilidade no setor ofensivo, Élber passou a jogar mais centralizado, nas costas de Gilberto, enquanto Clayson e Rossi atuam pelos lados do ataque.

Com a nova formação, o Bahia venceu o Nacional-PAR, empatou com o Ceará e bateu o CSA, partida realizada na última quarta-feira.

O posicionamento de Élber é novidade para boa parte da torcida tricolor. Mas, o atacante já exerceu a função no passado.

– Eu exerci muito essa função na base e no profissional do Cruzeiro algumas vezes. É uma posição que estou habituado, apesar de ter um tempo que não atuava no meio. Tudo é questão de adaptação. Seja ali ou na ponta, importante é conseguir ajudar nos resultados. Isso que pretendo fazer.

A mudança no esquema tático do Bahia foi provocada por dois tropeços seguidos. Um deles custou muito caro. O Tricolor foi derrotado fora de casa pelo River-PI e acabou eliminado da Copa do Brasil ainda na primeira fase. O resultado deixou o elenco sob desconfiança e trouxe de volta a carga negativa da última temporada, quando o time fez um segundo turno do Campeonato Brasileiro ruim.

Criticado no início da passagem pelo Bahia, ainda em 2018, Élber vê as reclamações pela eliminação na Copa do Brasil com naturalidade. Com a experiência de quem já deu a volta por cima, o atacante conta que é preciso absorver parte das críticas e destaca que o próprio grupo se cobra bastante para que episódios como o do jogo contra o River-PI nãos e repitam.

– As críticas fazem parte da profissão. Quando as coisas não acontecem, temos que encarar. Não entregamos de acordo com a expectativa, nos colocamos nessa condição. O jeito é ouvir, absorver o que é necessário para melhorar, e encarar a cobrança do torcedor e a nossa também. Existe autocrítica. As vezes a nossa cobrança pessoal é até maior do que a que vem de fora.

O Bahia volta a jogar nesta quarta-feira, quando encara o Nacional-PAR, no estádio Luis Alfonso Giagni, na cidade de Villa Elisa, no Paraguai, pelo jogo de volta da Copa Sul-Americana. No primeiro embate entre as duas equipes, o Tricolor baiano venceu por 3 a 0, o que proporciona uma vantagem confortável para o duelo desta semana.

Com a vitória na Fonte Nova, o Bahia garante classificação mesmo em caso de derrota por dois gols de diferença. Se balançar as redes pelo menos uma vez, o time de Roger Machado pode até perder por três gols de desvantagem que conseguirá a vaga na segunda fase da Sul-Americana pelo critério de gols marcados fora de casa. Apesar do cenário favorável, Élber alerta que o grupo não pode achar que a permanência na competição já está assegurada.

Fonte: Ge.com