O São Paulo tem um talismã para tentar derrotar o Palmeiras na abertura da semifinal do Campeonato Paulista. Hoje, a partir das 18h, no Morumbi, o time vai entrar em campo com Bruno Alves segurando o seu filho, Henry, no colo. Até agora, sempre que o menino de 2 anos esteve nos braços do pai para acompanhá-lo, o Tricolor paulista não perdeu. Curiosamente, uma das poucas vezes em que ele não cumpriu o ritual desde o ano passado, foi na derrota para o alviverde, pelo Brasileirão.
“É verdade, ele está invicto [risos]. Desde quando eu cheguei ao São Paulo, quando ele entra o time nunca perde. E amanhã [hoje] espero que isso possa prevalecer também, essa invencibilidade dele dentro do Morumbi”, disse Bruno Alves, em entrevista exclusiva ao UOL Esporte realizada ontem.
Aos 27 anos, Bruno Alves tem experiência para transmitir aos jogadores mais jovens. Antes das quartas de final, contra o Ituano, ele bancou o profeta e disse que Igor Gomes marcaria gols. Na realidade, o zagueiro aconselhou o jovem, de 20 anos, a ter um posicionamento mais ofensivo no confronto. Deu certo e o garoto marcou dois gols no triunfo por 2 a 1.
“Falei para o Igor ter confiança. Sou um cara que acredita muito no poder das palavras, de jogar boas palavras para levantar a autoestima e a confiança do profissional. É falar no momento certo. E ali, o Igor já tinha jogado bem contra o São Caetano. Por isso, eu falei para contra o Ituano ele pisar na área, porque como defensor sei que é difícil quando o meia entra, tem espaço e vem de frente. E ele entendeu bem o recado”, contou o zagueiro.
Confira abaixo os principais trechos da entrevista com Bruno Alves:
Futuro dos mais jovens
A gente passa confiança para os meninos estarem com cabeça só em jogar bola, para eles fazerem esse futebol alegre. A gente lá atrás fala que está no campo para marcar para deixá-los livres para jogar, para eles ficaram leves para atuar, como estão fazendo. Eles têm muito a evoluir e muita alegria para dar ao clube.
Conversa com promessas da base
Eu gosto de sempre falar com eles. Falo que sou um “made in Cotia” [feito em Cotia], porque eles me adotaram. São meninos do bem, com um potencial gigantesco. Eu fico conversando com eles, que têm a oportunidade de subir da base e jogar em um clube do tamanho do São Paulo. Por isso, eles precisam aproveitar o máximo disso. E a gente sabe que para ter uma oportunidade na carreira de atleta é muito difícil. Eu tento transmitir um pouco da minha história, do que passei no futebol em equipes menores. Falei como é difícil ficar três meses em um time para no outro semestre ser emprestado.
Cobrança no início do ano
Um período difícil. A gente sabe que a cobrança foi em cima de todos. Eu, particularmente, recebi essa cobrança também. A gente sabia que os resultados não estavam vindo. E a gente tinha de melhorar e evoluir, mas foi um período difícil, em que a pré-temporada não foi tão boa. E a gente sofreu, porque tivemos jogos decisivos no início, em que o time não estava no momento certo. Foi um momento difícil, mas um período em que fortalecemos como grupo para que possamos ter bastante sucesso durante o ano.
Começo de 2019 conturbado
Acho que foi um início de ano difícil. A gente sabe que a eliminação da Libertadores não estava nos planos. Então, foi difícil, duro. Por mais que conseguimos algumas vitórias, a eliminação deu uma desestabilizada. Então, a gente está voltando para uma sequência regular de vitórias, no momento certo. Eu acredito que o time tem bastante a evoluir e, se Deus quiser, vai ser um ano muito próspero para o São Paulo.
Sem favoritismo
Acredito que são 25% de chances para cada um ganhar o título. São quatro clubes grandes. Nesta fase de mata-mata está todo mundo zerado. O que foi feito na primeira fase valeu só pela classificação. Não quer dizer que quem fez a melhor campanha vai ser o campeão. Então, está tudo igual. Eu acredito bastante no nosso time, pela evolução que tivemos na hora certa.
Segredo do bom rendimento no Morumbi
Acredito que muito é o foco. Eu acredito muito que o desenvolvido no treinamento é o que você vai levar para o jogo. Então, eu procuro treinar forte, no 100%. Em tudo que faço no clube eu procuro dedicar-me 100%, porque sei que fazendo isso estarei mais apto para disputar um grande jogo e para poder realizar o que faço nos treinamentos.
Fonte: UOL