Alisson está em estado de graça, tanto na vida pessoal quanto profissional. Pai pela primeira vez recentemente, o meia-atacante voltou a viver um bom momento com a camisa do Grêmio, após longo período afastado por lesão. Prova disso foi o gol decisivo contra o Estudiantes, que garantiu a classificação às oitavas da Libertadores. Do alto do seu pouco mais de 1,70m, se agigantou para fazer o gol mais importante de sua vida, segundo define. Titular contra o Santos, às 19h desta quinta, o meia-atacante ganhará uma sequência no time ao substituir Everton.

A velocidade característica ganhou novo combustível nas últimas semanas. Além do gol contra o Estudiantes, o camisa 23 também deixou o seu na goleada por 4 a 0 sobre o Botafogo. São sete no total no ano, com predileção por jogos de mata-mata: fez na final do Gauchão e também nas oitavas da Copa do Brasil. Ao assistir (mais uma vez) ao gol a pedido da reportagem, Alisson abre o largo sorriso. Não podia ser diferente. Não se cansa de repetir que vive um momento de plena felicidade, seja em campo, seja em família, com o nascimento do filho, Bernardo, na pausa para a Copa do Mundo.

– Todo mundo me pergunta quantas vezes já assisti a esse vídeo e nem sei explicar quantas vezes foram já. Só tenho a dizer que estou muito feliz por termos acreditado até o final. Já tomamos gol no fim e sabíamos que necessitávamos deste gol bem no fim. Foi o gol mais importante da minha carreira e fico feliz de ter ajudado a equipe – definiu, em entrevista ao GloboEsporte.com.

Boa-praça e simpático, Alisson superou um período afastado por conta de lesão muscular quando estava em crescimento no clube. Voltou com tudo e com uma importância cada vez maior no elenco. E com sede para ser decisivo novamente contra o Santos e no Gre-Nal de domingo.

Confira abaixo trechos da entrevista:

GloboEsporte.com – O que significou para você aquele gol contra o Estudiantes?
Alisson – É um momento, sem dúvida, um dos gols mais importantes da minha carreira. Todo mundo me pergunta quantas vezes já assisti a esse vídeo e nem sei explicar quantas vezes foram já. Só tenho a dizer que estou muito feliz por termos acreditado até o final. Já tomamos gol no fim e sabíamos que necessitávamos deste gol bem no fim. Foi o gol mais importante da minha carreira e fico feliz de ter ajudado a equipe.

Esse gol dá uma motivação a mais para manter o bom momento?
Acho que o gol vem sem dúvida para dar cada vez mais confiança, não só o gol mas a classificação. Como eu disse, estou muito feliz aqui no Grêmio, independente de ser titular ou reserva, vim para ajudar a equipe. O Renato sempre deixou claro para nós para que a gente possa trabalhar firme para quando a oportunidade chegar, a gente estar preparado. Estou muito feliz, independente de titular ou reserva, quero ajudar o Grêmio fazendo bons jogos com meus companheiros. Quem tem a ganhar é o Grêmio.

O que você pensou antes da cobrança de falta do Luan?
Até se parar para ver o lance, eu iria bater a falta. O Luan falou para eu ir para a área, que estava treinando muito bem essa bola. E realmente, tem sido boa. Eu ia para o rebote, como sempre faço, que o Renato sempre pede. Quando olhei para o lado e vi que o marcador que ia me marcar não era tão alto. O Maicon falou “vai para a área, Alisson, quando ele bater você entra” e fiz um sinal com a mão para esperar um pouco. Na batida do Luan, corri e tive a felicidade de raspar. É o que o Renato sempre pede, sempre fala, puxa o primeiro que se raspar o companheiro faz o gol, ou quem puxar. Fui feliz no lance, como ele sempre fala: “Pensa na frente que vai sair na frente”. Aconteceu isso e deu tudo certo.

Essa parceria sua com o Luan é antiga (ambos jogaram juntos na seleção sub-23)…
O Luan é um fenômeno, em campo é espetacular, excepcional jogador. Nos ajuda muito. Ganhou tudo ano passado, individualmente e coletivamente. Fico feliz, tomara que continue me servindo e eu possa concluir em gol. E da mesma maneira também, não só a mim, mas aos meus companheiros. O mais importante é todo mundo se ajudar e a gente continuar a fazer o Grêmio gigante.

Você é considerado um 12º jogador do time. Isso não dá uma ansiedade de se afirmar como titular?
Todo jogador vem para buscar seu espaço, não é diferente aqui no Grêmio. Em todas as equipes grandes. O Grêmio contratou muitos jogadores de qualidade e já tinha um grupo de muita qualidade. Os que chegaram, foi para somar. Lógico, tenho meu objetivo de ser titular, mas não tenho essa pressa. As oportunidade que o Renato vem me dando estão me ajudando. Chegar em um grupo já fechado e ter oportunidades assim é muito difícil. Fico feliz, estou feliz e vou continuar trabalhando, nos respeitando como é assim a cada dia. Quem tem a ganhar é o Grêmio, os resultados vem provando isso, os títulos estão vindo. Aqui não tem vaidade, estão todos se ajudando.

E tem feito gols decisivos em mata-matas. Tem alguma segredo para se destacar nesses momentos?
Trabalhamos para que a cada jogo a gente possa fazer gols. Tenho sido feliz nestes jogos, fico feliz de receber as oportunidades do Renato e da comissão. E dos companheiros me passando confiança ali dentro. Espero continuar melhorando para, quem sabe, possa vir mais gols decisivos.

Quando foi substituir o Everton, lá em maio, você acabou lesionado. Mudou muita coisa para agora?
Era um dos melhores momentos meus aqui no Grêmio, eu estava muito bem, fazendo bons jogos. Infelizmente, todos nós podemos passar por isso ali dentro. Tive esse momento, não baixei a guarda, pelo contrário. Agradeço muito aos fisioterapeutas, médicos, preparação física do clube, fizeram com que ficasse calmo neste momento de retorno. Fica meu agradecimento e também pelos trabalhos que passam diariamente. Espero continuar fazendo tudo da melhor maneira, me dedicando, para que esse ano possa ser a primeira e última. Estou muito feliz agora novamente e espero continuar.

A expectativa é que você seja o substituto de Everton durante a ida dele para a Seleção. Que peso tem substituir o destaque do time?
Não sabemos o que o Renato tem em mente ainda. Em outros jogos, para você ver, ele não me utilizou na esquerda. Ele sabe muito, sabe o que é melhor para a equipe. Se ele precisar, já joguei por ali. É um jogador que vai fazer muita falta para a gente, mas por merecimento está onde está hoje, todos nós temos certeza que vai cavar sua vaga lá para disputar uma Copa. Cada um com suas características, ele com a dele, eu com a minha, Pepê com as dele, Marinho… Vamos deixar na mão do Renato, ele sabe o que é melhor para a equipe e quem estiver ali dentro vai dar o melhor para ajudar o Grêmio.

Você foi convocado na base para a seleção, e a comissão tem olhado bastante para o Grêmio. Sonha ser chamado por Tite?
A base inteira tive oportunidade de estar presente nas convocações. Uma convocação antes da Olimpíada, tive uma lesão. Não sei se eu iria, se foi pela lesão, mas fui para todas e na última fiquei de fora. É o sonho de todo jogador, ir para a Seleção, mas meu foco total é o Grêmio, espero continuar fazer bons jogos, crescendo coma equipe, por merecimento assim como Everton teve, Luan, Arthur, Geromel, também possa ser que não só eu, mais alguns jogadores possam ter oportunidades.

Essa sequência de jogos da semana contra Santos e Inter pode colocar o Grêmio na liderança do Brasileirão, em um cenário ideal. Como encarar isso?
Nosso foco é disputar as duas competições. Agora, sempre deixamos claro que não iríamos abrir mão de nenhuma competição. Voltamos fortes para a Libertadores e estamos fortes no Brasileiro, entre os quatro, vamos continuar assim. Temos um jogo muito difícil na quinta com o Santos e vamos continuar pontuando. Quem sabe não possa vir um título brasileiro aí.

Tem o Santos antes, mas domingo já tem Gre-Nal e é impossível não falar no clássico. Qual a sua expectativa?
Gre-Nal é sempre Gre-Nal, né, é jogo gostoso de jogar. Esperamos assim estar concentrados, mas nosso primeiro foco é o Santos, não adianta pensar no Gre-Nal, vamos pensar no Santos, fazer um grande jogo, e aí pensar no Gre-Nal e ficar cada vez mais perto do líder.

O Grêmio entra com muitos desfalques contra o Santos. Como se faz para manter o nível alto mesmo sem algumas peças?
Demonstramos isso várias vezes no Brasileiro e na Copa do Brasil, o Renato tem um grupo bastante fechado, unido, que cada um quer buscar seu espaço. Ele deixa claro para todo mundo estar bem preparado. Quem tiver a oportunidade de começar jogando, vai entrar e dar seu melhor, e ajudar o companheiro que está jogando há mais tempo. E a gente vai estar preparado para fazer um grande jogo.

Você recentemente se tornou pai. Todas as comemorações agora são para o filho?
Tudo é para ele. Até brinco com a esposa, a gente sai para comprar alguma coisa, agora é para ele. A minha esposa brinca e fala: “Tem que ser para mim também”. É só agradecer a Deus pela família maravilhosa que me deu, meus pais também, que infelizmente estão de longe, mas sempre conversando e me ajudando. Tenho esse carinho com eles, eles comigo, e só tenho a agradecer.

Fonte: Globoesporte.com