A arrancada do Bahia — que até pouco tempo atrás estava ameaçado de rebaixamento — nesta reta final do Brasileiro (são quatro vitórias nos últimos seis jogos) se deve a alguns fatores, um deles com nome e sobrenome: Edigar Junio. Aos 26 anos, o brasiliense revelado em 2011 pelo Atlético-PR fez 10 gols nos últimos nove jogos, sequência inédita na história da competição. O mais recente foi na quinta-feira, na vitória sobre o Santos por 3 a 1, na Fonte Nova. E o camisa 11 atribui ao técnico Paulo Cézar Carpegiani a virada.
— Quando ele chegou, nos trouxe uma organização tática, nos deu confiança. Eu sempre disse que nossa equipe é qualificada, temos bom elenco. Precisávamos de confiança, jogar como visitante da mesma maneira que atuamos em casa. Isso tem surtido efeito — comenta o artilheiro do time no Brasileiro, com 12 gols, por telefone.
Edigar acredita num sprint final da equipe para conquistar a tão sonhada vaga na Libertadores, feito que não acontece desde 1989.
— Estamos na briga direta, encostamos no Vasco, no Flamengo e no Botafogo. Não dependemos apenas de nós, mas vamos continuar com essa garra, com essa sede, porque esse triunfo vai marcar história — acredita o atacante, que domingo pega o Sport, na Ilha do Retiro.
Saboreando o melhor momento da carreira, Edigar é fã de Ronaldinho Gaúcho e se orgulha de já ter trocado camisa com o ídolo. Este ano, ele sofreu com algumas lesões, mas deu a volta por cima e soma 15 gols na temporada. Dois, ele não vai esquecer tão cedo:
— O do título da Copa do Nordeste (na vitória por 1 a 0 sobre o Sport, na Fonte Nova) foi uma emoção muito grande; há 15 anos não ganhávamos o torneio. E pela beleza e importância, vai ficar na história do clube.
Edigar também guarda com carinho o gol que garantiu os 2 a 1 no Ba-Vi do último dia 22.
— Foi bom porque empatávamos em casa, e a vitória era muito importante — recorda ele.
Além disso tudo, tem a torcida. E jogar diante do público na Fonte nova, garante, é uma motivação a mais:
— Quando o time e torcida dão liga, fica difícil ganhar da gente. Isso tem feito a diferença. Os times aqui sentem a pressão.
Ele garante, também, que o ambiente entre os jogadores é outra arma dos comandados por Carpegiani. E cita o exemplo do convívio com Hernane, o Brocador, seu reserva imediato:
— A gente se dá muito bem, ele dá dicas importantes, me ajuda, passa confiança — destaca o atacante, que começou no futebol na infância, em escolinhas em Brasília — a última, do Guaraense — antes de ir para o PSTC, de Londrina. Ainda como juvenil, foi para o Atlético-PR.
Seu primeiro gol como profissional foi logo na estreia, na derrota para o Fluminense, por 3 a 1, no Brasileiro de 2011, quando entrou no lugar de Paulo Baier.
— O Wendel cruzou, me antecipei e fiquei deslumbrado, não esperava marcar na primeira partida — recorda o brasiliense, que tem contrato até 2019 com o Bahia.
A SEQUÊNCIA HISTÓRICA DE EDIGAR JUNIO
3-1 Santos (1 gol)
2-2 Atlético-MG (2)
2-1 Avaí (2)
2-0 Ponte Preta (1)
1-1 Fluminense (1)
2-1 Vitória (1)
1-4 Flamengo (0)
2-0 Corinthians (0)
2-2 Palmeiras (2 gols)
Fonte: Jornal O Globo