Um dos destaques do Bahia na Série B do Campeonato Brasileiro, o atacante Edigar Junio já demonstrava desde adolescência que não tinha medo de desafios. Com apenas 15 anos, o jogador foi se aventurar na Europa em busca do sonho de jogar futebol. Ele passou três meses em Barcelona na casa de um amigo chamado Wesley, que jogou futsal na Catalunha.
“Meu pai com muito esforço comprou a passagem. Foi nessa viagem que decidi o que queria independentemente das dificuldades. Foi a primeira vez que deixei minha família por muito tempo”, contou o jogador, ao ESPN.com.br.
A decisão não foi nada fácil para os pais do garoto. “Antes de ir, minha mãe me chamou para conversar porque estava muito preocupada. Ainda hoje ela se questiona como teve coragem de me deixar viajar para fora do Brasil sozinho e sem saber o idioma. A gente chorou junto quando tomou essa decisão e foi um passo importante”.
Edigar precisava se virar, mesmo com a ajuda dos brasileiros que o hospedara. “Eu chorava, mas sabia que era necessário. Foi um aprendizado muito grande e tudo ocorreu bem por lá. Conheci umas pessoas próximas ao Ronaldinho Gaúcho, como o preparador físico particular dele chamado Quinho e alguns amigos pessoais dele”.
O atacante fez testes e foi aprovado em clubes de divisões inferiores como Europa e Centre d’Esports L’Hospitalet, mas precisou retornar ao Brasil. “Infelizmente não poderia ficar porque não tinha passaporte europeu. A solução era ou eu casar com uma espanhola ou meu pai passar minha tutela para um espanhol. Isso não era possível naquele momento (risos)”.
Apesar de não ter ficado, a experiência serviu para ele tomar coragem de sair de perto da família e trilhar a carreira como profissional.
COMEÇO EM BRASÍLIA E GOL LOGO NA ESTREIA
Edigar Junio começou aos sete anos em escolinhas de futebol de campo em Brasília. O atacante ainda passou por uma escolinha do São Paulo no Distrito Federal e chegou a fazer um teste no Morumbi.
“Fiquei alojado lá uma semana e como não deu certo eu voltei para casa. Passei também na escolinha do Internacional na minha cidade e depois fiquei na Espanha”.
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Quando retornou da Europa, ele foi aprovado no Fluminense, clube no qual permaneceu por oito meses. “Teve troca de comando lá e fui embora. Fiquei um ano em casa, cheguei a fazer um teste no atlético-MG, mas não deu certo”.
“Quando estava jogando pelo Guaranese eu fui fazer um torneio no Paraná. Com fui bem, o PSTC de Londrina me chamou para jogar. Lá fomos campeões paranaenses e fiz dois gos na final contra o Coritiba”.
Como o Atlético-PR tinha parceria com o time londrinense, Edigar foi para o Furacão em agosto de 2008 em agosto. “Subi ao profissional em 2011, último ano de juniores, e marquei um gol na estreia contra o Fluminense”.
Depois de ser emprestado ao Joinville e vencer a Série B do Campeonato Brasileiro de 2014, ele retornou ano passado ao Atlético-PR. No segundo semestre ainda teve outra passagem pelo clube de Santa Catarina antes de ser cedido ao Bahia, no começo deste ano.
Aos 25 anos, Edigar vive uma das melhores fases de sua carreira. É o vice-artilheiro da equipe no ano com 15 gols, atrás apenas de Hernane Brocador
“Estou muito feliz com esse momento de poder ajudar o Bahia com os gols. Tenho foco e muita gana para poder buscar o acesso. Eu ainda não pensei no ano que vem, quero pensar antes em subir”.