Um meia-atacante habilidoso, com a camisa do Red Bull Bragantino e que é chamado pelo nome no diminutivo. Três características que poderiam descrever Claudinho, eleito o craque do Brasileirão de 2020 e que despontou no futebol brasileiro com a camisa do Massa Bruta. Mas não estamos falando sobre ele. Essas características descrevem também Bruninho, curiosamente o “filho” de Claudinho.
Bruninho, meia-atacante do Bragantino — Foto: Ari Ferreira/Red Bull Bragantino
– Ele (Vini Jr) me elogiou. Também admiro bastante o futebol dele. Admiro muito ele. É ponta e eu também sei jogar de ponta. Era também minha inspiração quando eu jogava de ponta – contou.
Revelado nas categorias de base do Red Bull Brasil, sempre foi tratado como uma promessa. Subiu ao profissional em 2021 e, neste ano, começou a se firmar na equipe. Em entrevista exclusiva ao ge, Bruninho falou sobre o momento que vive, a trajetória no futebol e os sonhos. Com contrato com o clube até 2025, sonha ainda conquistar neste período títulos com o Massa Bruta. Mas também tem desejos fora, como seleção brasileira e atuar na Europa.
– Meu sonho é jogar no Barcelona. Pretendo chegar lá. Com muito trabalho, as coisas vão acontecer. Acho que é desde moleque (o desejo). Sempre quis jogar no Barcelona. No vídeo game, jogo com ele também. Sempre foi meu sonho jogar lá – destacou.
Bruninho em ação pelo Bragantino — Foto: Ari Ferreira/Red Bull Bragantino
Confira abaixo como foi o bate-papo com Bruninho:
ge – Como está sendo para você este começo de ano, em que tem tido mais oportunidades como titular, marcou gols e deu assistências?
Bruninho: Está sendo um começo de ano como eu pretendia. Treino bastante, batalho todos os dias, como meus companheiros. Não esperava jogar tantos jogos assim, mas acredito muito em Deus. Continuo trabalhando. Acreditei no Caixinha, sou grato a ele pelas oportunidades que me deu, consegui fazer gols. Acho que é um começo de temporada como eu quis, começar bem, com o pé direito. Agora é manter até o fim do ano. Agora, estou solto, livre. Antes, eu segurava muito. Agora, estou conseguindo jogar como quero.
O gol quando saiu, deu mais confiança?
– Sim. Acho que peguei mais confiança. Os jogadores aqui ficavam me falando para chutar no gol, que uma hora eu iria fazer o gol. Como eu tinha falado na entrevista anterior: o gol iria sair na hora certa. Acho que a hora certa foi na Copa do Brasil. Deu mais confiança para jogar contra o São Bento, fazer o primeiro gol da equipe. Acho que tem que chutar. Se chutar, vai fazer o gol.
Você subiu ao profissional em 2021, mas não atuava tanto. O que mudou? Você que ficou mais maduro ou só faltavam oportunidades mesmo?
– Estou mais maduro. Ano passado, tive algumas oportunidades, consegui aproveitar. Mas, neste ano, o Caixinha me deu mais oportunidades. Estou conseguindo ser feliz com as oportunidades que está me dando.
Como é sua relação com Pedro Caixinha?
– Uma relação boa. Ele fala para mim fazer meu jogo, que ele confia muito em mim. Treinador que confia bastante no jogador, acaba que o jogador fica livre, solto e fazer o que sabe fazer de melhor.
O que ele te pede mudou em comparação com o que o Maurício Barbieri te pedia?
– O Barbieri também deixava eu fazer meu jogo, mas o Caixinha também deixava eu movimentar bastante ali, fazer outras movimentações que gosto de fazer. Isso tem me ajudado bastante.
Você está jogando na posição que foi do Claudinho. Como você essa responsabilidade de armar a equipe? É uma função que, desde que o Claudinho saiu, vem passando jogadores e ninguém ainda se fixou como titular. Como é estar agora nesta posição?
– O Claudinho fez um ano excelente aqui no Bragantino. Eu conversava com ele. Falo que sou o filho dele, porque quando subi, ele me acolheu bastante aqui. É um cara que eu admiro aqui no Braga, porque ele faz uma função que sei fazer. Acho que, com o Claudinho não vai ter como, porque o cara jogou bastante aqui no Braga. Mas estou trilhando o meu caminho para chegar perto dele.
– Quando ele estava aqui, a gente brincava bastante. Eu falava que era o filho dele, chamava de pai. É uma relação boa. É um cara que conseguiu atingir tudo o que atingiu e dar moral para para moleque da base, acho que é uma coisa muito boa.
Você está indo bem no Campeonato Paulista. Ser eleito a revelação do Campeonato Paulista é uma meta para você? Pensa nisso?
– Isso não era a minha meta. Mas conseguir fazer grandes jogos no Paulista e acho que consigo ser a revelação. É trabalhar. A vitória vem como consequência de muito trabalho. Se Deus quiser, que eu possa ser a revelação do Paulista.
Além de você, outros jovens também estão recebendo oportunidades no profissional, como o Gustavinho e o Nathan. Como é a relação com eles? O que vocês conversam sobre essas chances?
– A gente conversa bastante, somos unidos. O que conversamos em campo é para jogar solto, livre, um procurar o outro porque isso pode ajudar na marcação, com bola. A gente se procurando, acho que vamos conseguir fazer grandes coisas juntos.
Como é sua relação com o Gustavinho, que é quem atua mais próximo de você?
– O Gustavinho a relação é boa, a gente resenha. Lógico, no treino, ele quer ser titular e eu quero ser titular. É uma competição saudável, porque somos amigos em campo e fora de campo. Se ele foi titular, vou estar feliz por ele. Assim como ele vai estar feliz por mim se eu for.
Você já teve passagem pela seleção de base e vai rolar o Mundial Sub-20. É uma meta sua voltar à base da Seleção e disputar o Mundial?
– Sim, é minha meta. Em maio começam as convocações. Estou preparado. Se surgir a oportunidade, vou aproveitá-la. Mas é focar aqui no Paulista que as coisas vêm como consequência do trabalho.
O que você almeja para a carreira? Geralmente, jovens atletas têm o desejo de Europa. Como é isso para você?
– Meu sonho é jogar no Barcelona. Pretendo chegar lá. Com muito trabalho, as coisas vão acontecer.
Por que o Barcelona
– Acho que é desde moleque. Sempre quis jogar no Barcelona. No vídeo game, jogo com ele também. Sempre foi meu sonho jogar lá.
Quem você gosta no Barcelona?
– Assisto bastante o Pedro. Gosto bastante dele. Acho que faz uma posição que eu também faço no campo. Gosto bastante.
Você começou no futsal. Como foi seu começo no futebol? Teve inspiração na família?
– Sim. Tive inspiração. Minha inspiração é meu irmão (Rafael). Ele sempre foi jogador. Ele já faleceu, mas foi profissional, jogou em Alagoas. Sempre foi minha inspiração. Comecei no futebol por causa dele, sempre quis seguir o sonho dele e acho que estou realizando o sonho dele de jogar na Série A.
Bruninho, do Bragantino, quando era criança e jogava no Amigos para Sempre — Foto: Arquivo pessoal
Você acompanhava aos jogos dele?
– Era mais difícil, porque ele morava longe. Eu só acompanhava na TV.
Você morava onde?
– Eu moro na zona leste de São Paulo, em Artur Alvim. Cresci lá. Fiz minha base na escolinha Amigos para Sempre.
Aos 13 anos, teve uma proposta para ir para a base do Red Bull Brasil. Como foi isso?
– Joguei a (Copa) Danone e recebi a proposta de vir para a Red Bull. Estou aqui até agora, graças a Deus, trabalhando.
Na Copinha de 2020, você fez um golaço. Como foi aquele lance, que te apresentou para o futebol?
– O que tenho de melhor é o meu drible. Ali, fui para cima deles, sem medo de errar. Consegui ser feliz, fazer o drible e o gol.
Depois daquele lance, recebeu uma ligação do Vinicius Junior…
– Sim, ele me elogiou. Também admiro bastante o futebol dele. Admiro muito ele. É ponta e eu também sei jogar de ponta. Era também minha inspiração quando eu jogava de ponta.
Você foi eleito um dos 60 melhores jogadores nascido em 2003 pelo The Guardian. Como foi isso para você?
– Eu consegui manter, fazer minha parte, meu futebol. Estar entre os melhores do futebol brasileiro e da Europa, isso significa bastante. É um sonho estar entre os 60 melhores do mundo. É manter. Se manter, consigo chegar até lá.
Bruninho, meia-atacante do Bragantino — Foto: Ari Ferreira/Red Bull Bragantino
Quais são seus sonhos, além do Barcelona?
– Almejo grandes coisas, mas tenho que trabalhar para isso. Meu sonho é ser campeão do Paulista, ganhar a Libertadores, a Sul-Americana. São meus sonhos. Acho que estamos no caminho certo.
Você tem sonhos então para conquistar aqui no Brasil, antes de ir para Europa, né?
– Sim. Ainda quero conquistar títulos pelo Bragantino. Foi o clube que me acolheu desde os 14 anos. Pretendo alcançar grandes títulos, a começar pelo Paulista, que é o que está mais perto agora.
Fonte: Globoesporte.com