Renato Portaluppi, Tiago Nunes, Luiz Felipe Scolari e Vagner Mancini. Foram quatro técnicos (ou cinco, se contarmos o interino Thiago Gomes) no comando do Grêmio desde a chegada do meia-atacante Alisson ao clube, em 2018. Apesar de críticas da torcida, com todos eles o camisa 23 foi titular.
A explicação para que o atleta esteja sempre no time foi dada por Felipão em 17 de julho, após a vitória por 1 a 0 sobre o Fluminense, no Maracanã, pela 12ª rodada do Brasileirão. O treinador afirmou que trata-se de “um jogador altamente tático, que qualquer técnico no mundo quer”. Ex-técnico de Alisson na base do Cruzeiro, Alexandre Grasseli ratifica a colocação do ex-técnico gremista:
— Acredito que a afirmação do Felipão foi perfeita. O Alisson realmente é esse jogador, um atleta marcante no jogo, que consegue cumprir bem as funções com a bola e sem a bola. Tem uma grande capacidade de recomposição. Ele se doa muito no jogo, sai desgastado, a gente percebe que entrega tudo dentro do campo. Isso é uma característica que ele traz desde a base, desde a época que o aprovamos no sub-17 do Cruzeiro, e realmente é um jogador que todo treinador gostaria de ter.
Porém, mais do que apenas uma peça tática, que cumpre função, Alisson tem sido decisivo para as vitórias do Grêmio. Ainda que tenha apenas três gols e uma assistência no Brasileirão, participou de alguma forma de 10 dos 23 gols da equipe na competição, com passe, sofrendo a falta ou finalizando para que algum companheiro aproveitasse o rebote. Nesta lógica, ele tem participação direta em 65% dos 26 pontos conquistados pelo clube no campeonato.
A importância de Alisson, inclusive, foi ressaltada por Rafinha na entrevista coletiva na tarde de terça-feira (19). O lateral, uma das lideranças do grupo apesar do pouco tempo de casa, o considerou o “motorzinho” da equipe e salientou a participação do jogador nos gols do time.
— É um jogador muito importante para nós, o motorzinho do time. Ele está em todo lugar, quando não dá na técnica, vai na vontade. Está fazendo gols importantes para nós, sofrendo pênalti, criando várias situações, participando de praticamente todos os gols nos últimos jogos. Espero que ele continue nessa pegada, nessa vontade. Tenho um carinho muito grande por ele e vai nos ajudar muito ainda na competição — disse Rafinha.
Apesar das críticas de parte da torcida, que gostaria de ver o time com Douglas Costa e Ferreira nas extremas, Alisson tem provado a sua importância dentro do campo. Após a vitória sobre o Juventude, com boa atuação, ele assegurou estar tranquilo com o seu rendimento. A GZH, afirmou:
— O momento é de um ajudar o outro e se doar ao máximo. Independentemente de quem faça os gols, o importante é que o Grêmio pontue e saia o quanto antes dessa situação. Fico feliz em estar ajudando e tenho trabalhado muito junto com meus companheiros no dia a dia para estar no melhor nível possível para esta reta final.
Comentarista do Grupo Globo, Paulo Vinícius Coelho entende que a permanência de Alisson como titular se deve, especialmente, ao rendimento abaixo do esperado de Douglas Costa, Ferreira e Jean Pyerre.
— Todo mundo fala dele e o torcedor pede pelo que imagina que os concorrentes possam fazer, mas quem tem trabalhado mesmo é o Alisson, quem dá passe, participa das jogadas de gol, do setor ofensivo e defensivo. Se você tiver tudo o que se imagina de Douglas Costa, Ferreira e Jean Pyerre, o Alisson não vai jogar. Ele joga e é titular porque os outros não estão rendendo tudo o que podem — avalia PVC.
Assim, Alisson segue titular. E pelo rendimento recente, com merecimento.