O atacante Rodrygo vive a expectativa de conquistar nesta semana o seu primeiro título do Campeonato Espanhol pelo Real Madrid. A taça pode vir nesta quinta-feira, em caso de vitória sobre o Villarreal. O troféu coroaria particularmente para o brasileiro uma temporada de amadurecimento, consequência do trabalho planejado a longo prazo.

Ainda com 19 anos, Rodrygo disputou até agora 18 jogos neste Campeonato Espanhol, 11 como titular e sete como reserva, com dois gols marcados. Na temporada toda são 24 partidas, 14 desde o início e 10 saindo do banco, com sete gols no total. É o terceiro na artilharia do time em 2019/2020, atrás de Benzema (24) e Sergio Ramos (12). A média de minutagem por jogo é de cerca de 54 minutos.

A vida em Madri é vista como tranquila ao lado do pai, da mãe e da irmã. Ele conta também com um amigo e o seu preparador físico, Marcel Duarte. A proximidade é maior com os outros jovens brasileiros do Real, Vinicius Junior e Reinier. Já da relação com os mais velhos, considera o volante Casemiro uma referência, e admira Sergio Ramos pela liderança.

Ao contrário do esperado para jogadores de sua idade em primeiro ano, Rodrygo atuou pouco pelo Real Madrid Castilla, o time B do clube. Foram três partidas, duas em setembro e uma em fevereiro, com três gols marcados. A explicação passa por Zinedine Zidane. O técnico quis logo manter o jovem no elenco principal, apesar do discurso de aproveitá-lo “pouco a pouco”. O objetivo por trás: não colocar pressão sobre ele.

Zidane é entusiasta do futebol do brasileiro há tempos. Deu o aval para a sua contratação em junho de 2018. O jovem só foi apresentado pelo clube espanhol um ano depois. Nesse meio tempo, o técnico francês foi embora e retornou, após as passagens de Lopetegui e Solari.

Enquanto isso, Rodrygo visitou a Espanha nas férias de 2018, para conhecer o clube e parte do elenco no meio do período de competições. Outro ponto relevante para a adaptação foi a presença na pré-temporada no Canadá, em julho de 2019. Nesse um ano antes de deixar o Santos, o atacante procurou estudar a língua espanhola.

A estreia pelo Real Madrid foi acima das expectativas, com o seu primeiro gol na vitória sobre o Osasuna e elogios do treinador. Mas o meses seguintes foram de alternância, com não mais do que quatro jogos em sequência como titular. O ápice foi na vitória sobre o Galatasaray, pela Liga dos Campeões, em que marcou três gols.

Houve o seu primeiro título pelo Real, a Supercopa da Espanha, na virada de 2019 para 2020. Torneio desta vez realizado num formato diferente, com quatro equipes, na Arábia Saudita – o que favoreceu o Real Madrid, terceiro colocado no último Campeonato Espanhol.

Durante a paralisação por causa da pandemia, Rodrygo ganhou 3kg de massa muscular. Após a retomada da liga, foi titular contra o Eibar. Ficou fora dos jogos contra Valencia, Real Sociedad e Mallorca. Ganhou duas oportunidades contra Espanyol e Getafe. Voltou ao time inicial contra o Athletic Bilbao e Alavés. A imprensa local pediu a efetivação dele na equipe. Mas contra o Granada, começou no banco.

Titularidade é algo difícil de se obter no Madrid de Zidane, adepto do rodízio de peças, em especial no ataque. A condição é restrita ao grupo composto por Courtois, Carvajal, Varane, Sergio Ramos, Casemiro, Kroos e Benzema, titulares em mais de 90% dos jogos que disputaram. Dos sete, cinco são tetracampeões da Champions pelo Real.

E como o treinador guarda as escalações a sete chaves, ainda não dá para saber se Rodrygo começa o jogo contra o Villarreal, o do possível desfecho do título. Pode ser que nem entre em campo. Mas o saldo de sua primeira temporada no Real Madrid pode ser considerado positivo.

Fonte: Globo Esporte