Yokohama Marinos, campeão da J-League, e Vissel Kobe, campeão da Copa do Imperador, fazem na madrugada deste sábado, 8, à 1h35 da madrugada (horário da Bahia), a decisão da Supercopa do Japão – torneio que abre o calendário do futebol japonês, algo equivalente à Supercopa do Brasil, que será entre Flamengo e Athletico-PR. E o duelo terá um ingrediente a mais. Um Ba-Vi nipônico. Isso porque o atacante Edigar Junio, ex-Bahia, e o zagueiro Dankler, ex-Vitória, estarão de lados opostos na disputa pela taça.
Atleta do Yokohama, Edigar, que ainda pertence ao Bahia, foi um dos artilheiros do Campeonato Japonês, com 11 gols, e ajudou o clube a conquistar o título da liga nacional após 15 temporadas. Enquanto Dankler, jogador do Vissel Kobe, é o único brasileiro do time que tem estrelas do futebol mundial como os ex-jogadores do Barcelona Andrés Iniesta e Thomas Vermaelen. E ainda contava com o alemão Lukas Podolski até o final da última temporada – o atacante se aposentou em dezembro.
Ansioso para o duelo decisivo, Edigar Junio comentou sobre a diferença entre os clássicos no Japão e no Brasil. “Os clássicos daqui são muito importantes, mas não dá pra comparar com os do Brasil, muitos menos com o Ba-Vi. Ano passado, a gente teve o jogo contra o Kawasaki Frontale, que é o nosso rival local, e teve um clima de rivalidade. Mas acredito que mais pelo momento do campeonato, que a gente estava na disputa pela liderança, e aí foi um clima gostoso, um clima de clássico mesmo. Mas, ainda assim, não tem como comparar com o que eu senti no clássico aí no Brasil, no Ba-Vi, no Atletiba (Athletico-PR x Coritiba). Mas não posso deixar de dizer que são muito importantes também”.
Já o defensor Dankler, titular em boa parte da última temporada do Vissel, afirmou que as torcidas brasileiras são incomparáveis no quesito ‘entrar no jogo’. “Aqui no Japão tem essa rivalidade, essa questão do clássico, a importância do dérbi, eles comentam sempre. Mas acho que no Brasil nós vivemos mais isso. Tem a rivalidade entre os torcedores, aquela gozação antes e depois dos jogos, aquela expectativa de assistir ao Ba-Vi. A ansiedade para começar o jogo é muito mais vivida no Brasil do que aqui”, comentou.
Edigar Junio revelou que o objetivo é ligar a TV assim que chegar em casa, para não perder o clássico. “O Ba-Vi é sempre uma atração à parte, seja para quem está jogando ou para quem está assistindo. É sempre cativante esse jogo, essa rivalidade daí da Bahia. É empolgante demais acompanhar esse jogo. Pra gente aqui vai ser 6h da manhã de domingo. Mas, por ser um Ba-Vi, vou fazer de tudo para acompanhar e torcer pelo Esquadrão, é claro”, contou.
Segundo Dankler, sempre que possível ele acompanha o Vitória, mas a questão da diferença do horário atrapalha muito. “Sempre que eu tenho os jogos no sábado aqui e logo em seguida tem os jogos daí, até dá para assistir. Fico na adrenalina do jogo e demoro um pouco pra dormir, então, como no outro dia é só de recuperação, eu consigo assistir. Mas, geralmente, fica difícil de acompanhar. Os jogos são 4h da tarde aí e 4h da manhã aqui. Assisto mais aos jogos quando são à noite, porque no caso é manhã aqui. Tenho que estar de folga também, porque os treinos aqui são sempre pela manhã. Mas, mesmo quando eu não consigo assistir aos jogos, eu procuro os resultados e assisto aos melhores momentos”, disse.
Expectativas para a decisão
Confiante na conquista do título, Edigar Juni espera manter a boa sequência de gols e o bom momento vivido no Japão para poder deixar a marca dele na partida. “Fazer gols em jogos importantes, em clássicos, em finais, é sempre muito bom. Mas eu prefiro pensar que o mais importante é que a gente saia vencedor, que a gente conquiste esse título, e é consequência eu fazer gols. Mas pode ter certeza que eu vou dar o meu máximo e fazer de tudo para ajudar a minha equipe, seja com gols, com incentivo, com passes. O importante é a gente sair de lá vencedor”.
E o jogador do Yokohama falou sobre os pontos fortes do seu time. “Eu acho que o segredo é que temos um conjunto muito forte, temos uma equipe unida tanto dentro quanto fora de campo. Os jogadores são muito amigos. Essa já é a terceira temporada do professor [o técnico australiano Ange Postecoglou] aqui, então, está todo mundo entendendo o que tem que ser feito, e isso aí surte efeito dentro de campo”, explicou.
Já Dankler afirmou que a pré-temporada foi curta, mas garantiu que, para faturar o título, será necessário se superar na partida. “Nós trabalhamos firme durante essa pré-temporada. Tivemos um tempo menor do que as outras equipes devido à final que disputamos no dia 1º de dezembro, mas logo em seguida tivemos as férias e voltamos. A equipe trabalhou bem e vamos tentar fazer o máximo para não levar gols”.
O defensor do Vissel Kobe finalizou comentando sobre a felicidade de atuar ao lado de atletas como Iniesta e Podolski. “Eu fico muito feliz, honrado e agradecido a Deus por me dar a oportunidade de poder jogar ao lado de grandes estrelas do futebol mundial, por tudo o que fizeram e pelo que fazem até hoje dentro de campo. Feliz de poder dividir o vestiário com todos esses atletas, que são de suma importância para a minha carreira. É sempre um aprendizado incrível poder estar dentro de campo, jogando com cada um deles, defendendo as mesmas cores da camisa. E o mais importante ainda é conseguir um título inédito com todos eles, jogando ao lado deles e construindo também a minha história”.