Antes promessa de um clube pequeno do futebol paulista, Tchê Tchê se transformou rapidamente em realidade com a camisa do Palmeiras. Neste domingo, quando entrar em campo para enfrentar o Vasco na abertura do Campeonato Brasileiro, o meio-campista completa um ano da sua estreia com a camisa alviverde. E muita coisa mudou na vida do jogador de lá para cá.

– Uma transformação tanto na vida pessoal quanto na profissional muito grande. Consegui pular algumas etapas que são normais na vida do atleta. Consegui dar um salto grande nisso. Fico bastante feliz por esse um ano e espero passar mais tempo aqui no Palmeiras – diz.

Tchê Tchê chamou a atenção de Cuca durante o Paulistão de 2016. Na ocasião, o Grêmio Osasco Audax foi sensação e terminou como vice-campeão. Na reta final daquela competição, a diretoria palmeirense se movimentou nos bastidores a pedido do treinador e acertou sua contratação.

Apresentado em Atibaia, ainda no período de treinamentos da equipe antes da estreia no Brasileirão, o meio-campista convivia com dúvidas da torcida sobre qual seria a sua função, já que também atuava como lateral. Mas foi ao lado de Moisés, no meio-campo, que o atleta se transformou em um dos diferenciais do Verdão.

Presente em 37 das 38 rodadas do campeonato nacional, Tchê Tchê se mostrou peça fundamental no título palmeirense. Tanto que foi eleito o melhor da posição. Em 2017, no entanto, tem vivido momentos de altos e baixos, ainda que tenha discordado disso na entrevista coletiva da última quinta-feira.

– Não concordo com você. O fato de falar que caí de rendimento… Não jogo sozinho. Se eu caí o Palmeiras também caiu. Se ganhar vai ganhar todo mundo junto, se perder vai perder todo mundo junto. Só fiquei fora dos jogos em que eu me machuquei. Fiz gols, ajudei a equipe. Então não considero sua pergunta coerente – respondeu a um repórter.

Fato é que, ao menos sob comando de Eduardo Baptista, a temporada de Tchê Tchê tem sido, sim, irregular. Depois de um início de ano artilheiro e de superar uma fratura no ombro, voltou a ter momentos de grande destaque individual, como no clássico contra o São Paulo, mas caiu de produção e chegou a ficar no banco de reservas contra o Peñarol – mesmo jogo em que entrou no segundo tempo e foi bem.

Uma possível explicação talvez seja tática. No ano passado, quando dividia o meio-campo com Moisés, Tchê Tchê era o primeiro encarregado pela saída de bola junto aos zagueiros, com liberdade para distribuir o jogo. Em 2017, com a lesão do antigo parceiro e a chegada de outro primeiro volante (Felipe Melo), ele passou a atuar mais adiantado, em uma segunda linha de quatro.

Agora com Cuca de volta, a expectativa – da torcida e dele próprio – é de voltar a ter um futebol constante, já que não precisa mais provar que é um bom jogador. Diferentemente de exatamente um ano atrás, quando vivia a ansiedade da estreia pelo Palmeiras, sem saber se conseguiria ou não convencer em um grande clube.

– Cheguei faltando uma semana para iniciar o campeonato. Liguei para minha esposa, para os meus pais, e falei que estava muito nervoso, que não sabia como seria. A primeira impressão é realmente a que fica. Se jogasse mal já voltaria a desconfiança, que o Tchê Tchê talvez só renderia em time pequeno… Eu consegui provar. Sou grato a todos que me ajudaram desde a minha chegada aqui. Espero continuar dando frutos.

Fonte: Globoesporte.com