Ney Franco está de volta aos bons momentos do futebol. Após uma parada na carreira, para viajar e estudar, o treinador assumiu o Sport e está em duas decisões: Copa do Nordeste contra o Bahia e Campeonato Pernambucano diante do Salgueiro. Aos 50 anos, Ney conversou com o Blog do Praetzel, com exclusividade, sobre o trabalho atual, novos aprendizados, Diego Souza e a busca por outras conquistas no currículo. Acompanhem.

Por que você ficou um tempo sem trabalhar? Reciclagem ou opção?
“Optei por ficar um ano com a família nos Estados Unidos para estudar inglês e, ao mesmo tempo, dar uma repensada na carreira. Aproveitei para fazer um curso de “Coach” na área de psicologia . Neste período, acompanhei pela TV as competições brasileiras e os jogos das maiores ligas do mundo. Acompanhei também “in loco” alguns jogos no Orlando City, equipe em que joga o Kaká e jogava o Julio Baptista”.

Acha que o Sport é um recomeço de carreira?
“Não falo que é um recomeço, mas, sim, uma continuidade de uma carreira de dez anos, que começou com muitos títulos: Mineiro (pelo Ipatinga, em 2005), Copa do Brasil (pelo Flamengo, em 2006), Carioca (pelo Flamengo, em 2007), Taça Guanabara (pelo Botafogo, em 2008), Brasileiro da Série B (pelo Coritiba, em 2010), Paranaense (pelo Coritiba, em 2010), Sul-Americano Sub-20 (pela Seleção Brasileira, em 2011), Mundial Sub-20 (pela Seleção Brasileira, em 2011) , Copa Sul-Americana (pelo São Paulo, em 2012). O histórico de títulos no início da carreira é bom. Porém, em função de não ter obtido boas temporadas em 2014 e 2015, resolvi parar para o estudo. Ao mesmo tempo, pude reciclar para voltar e dar continuidade a uma carreira, na minha opinião, embora ainda curta, mas vitoriosa”.

Como vê a condição técnica e financeira do clube? Qual a receita para não sofrer na Série A?
“A receita é desenvolver um trabalho com qualidade em todas as áreas do clube. Hoje, o Sport é um clube que tem um elenco interessante, sem atrasos salariais e com premiações em dia. Acho que temos tudo para trabalhar entre as dez primeiras equipes do Brasileirão, sem correr riscos de rebaixamento e, de repente, surpreender com uma classificação para a Libertadores. Em 2013, tive uma experiência interessante com o Vitória. Peguei o time em 16º lugar e terminamos a competição em quinto, brigando até a última rodada por uma vaga na Libertadores”.

O título da Copa do Nordeste consolida a carreira do treinador?
“Seria mais um título inédito no currículo, que ajuda e ajuda os críticos sérios e pesquisadores avaliarem melhor a carreira de um treinador, mas sem serem influenciados por resultados recentes”.

Diego Souza é diferenciado mesmo ou apenas vive grande momento?
“Acho que o Diego é um jogador que vive um bom momento, momento este que o coloca entre os melhores jogadores do Brasil, em totais condições de disputar uma Copa do Mundo pela Seleção Brasileira”.

Trabalhar no Nordeste é diferente ou a pressão é a mesma dos grandes centros?
“A pressão é a mesma, principalmente trabalhando numa equipe como o Sport, que tem uma torcida apaixonada e também conta em sua história com um título brasileiro e também da Copa do Brasil”.

Além das duas decisões, o Sport também disputa a Copa Sul-Americana, com vaga encaminhada para a segunda fase, depois de bater o Danúbio-URU por 3 a 0, em Recife. Na Copa do Brasil, está nas oitavas de final contra o Botafogo. Perdeu o primeiro confronto por 2 a 1, no Rio de Janeiro.

Na Série A do Brasileiro, pega a Ponte Preta, em Campinas, na primeira rodada, no dia 14 de maio.

Fonte: Blog do jornalista Alexandre Praetzel, no Uol