A vida de Tchê Tchê estava cheia de incertezas no início de 2016. De volta ao Audax, clube que o revelou, ele tentava colocar a carreira nos eixos após disputar apenas quatro partidas em toda a temporada de 2015, sendo uma pela Ponte Preta e três pelo Boa Esporte. Um ano depois daquele recomeço, o meio-campista de 24 anos não para de acumular conquistas, coletivas e individuais.
De contrato renovado até o fim de 2019 (antes iria até o meio de 2019), com direito a reajuste salarial e aumento da multa rescisória, ele será titular no último amistoso do Palmeiras na pré-temporada, às 17h deste domingo, no Allianz Parque, justamente contra a Macaca.
– Mudou bastante coisa, né? Tudo que aconteceu no ano passado foi muito bom. Agora tenho que procurar manter, procurar evoluir, para que eu possa virar um grande jogador. Eu acredito e o pessoal aqui no Palmeiras também acredita em mim – disse o camisa 32, em entrevista ao LANCE!.
Tchê Tchê ficou entre os 11 melhores do Brasileirão de 2016 em todas as premiações: Craque Brasileirão, da CBF; Bola de Prata, da ESPN Brasil; Troféu Mesa Redonda, da TV Gazeta; e na seleção de notas do LANCE!. Ele não esconde que o ótimo desempenho o faz sonhar com a Seleção Brasileira. A expectativa aumentou na semana passada, quando Tite chamou apenas atletas que atuam no país para o amistoso contra a Colômbia. Não foi dessa vez…
– Confesso que pensei que talvez pudesse ir. Mas é continuar trabalhando. Acho que fiz tudo que poderia fazer no ano passado, a gente foi campeão, ganhei praticamente tudo o que poderia ganhar individualmente. Não tinha mais o que fazer. Agora é continuar assim para que possa aparecer a oportunidade mais para a frente – explicou.
A convocação não parece ser um sonho impossível para quem ficou fora da lista de inscritos da Ponte Preta para o Paulistão de 2015 e um ano depois já era um dos destaques do Audax, vice-campeão da edição seguinte do torneio. Ele ganhou os prêmios de revelação e melhor meia da competição e chamou a atenção de Cuca. O técnico pediu sua contratação, foi atendido pela diretoria do Verdão e já o colocou como titular.
A adaptação foi imediata. Tchê Tchê foi titular em 37 das 38 rodadas do Brasileirão e marcou dois gols. Ele ainda disputou duas partidas da Copa do Brasil do ano passado, com um gol, e já iniciou 2017 como titular no amistoso contra a Chapecoense. Como explicar esse sucesso?
– As pessoas aqui no Palmeiras confiaram de verdade em mim. Não me viram como um menino, mas como um homem, e confiaram no meu potencial. O Cuca confiou em me bancar no início. Acho que depois eu mereci tudo o que aconteceu, mas eu vim como uma aposta, então essa confiança, a maneira como me receberam e a maneira como a torcida me abraçou fizeram toda a diferença – disse.
Veja abaixo um bate-bola exclusivo com Tchê Tchê:
Você vai enfrentar a Ponte pela terceira vez desde que chegou ao Palmeiras (perdeu uma e empatou outra no Brasileirão de 2016). É um jogo diferente para você por não ter sido utilizado lá?
Não guardo nenhuma mágoa. É um clube em que passei e as coisas acabaram não dando certo. Fico tranquilo, para mim é mais uma equipe que a gente vai enfrentar. Temos que procurar fazer um bom jogo.
Tem algum lado negativo em se tornar tão conhecido de repente?
Negativo, não. Eu procuro absorver as coisas que fazem bem. As que podem me atrapalhar, tanto na vida pessoal quanto na profissional, eu procuro deixar de lado para continuar numa crescente legal.
E qual é o seu maior desafio depois de um 2016 tão bom?
O mais difícil é você se manter. No clube grande, a cobrança é enorme, a torcida sempre quer títulos, então temos que manter o alto nível.
O Cuca foi o principal responsável pela sua rápida adaptação?
O Cuca tem a parcela dele. Primeiro Deus, e depois acho que ele foi o principal nisso tudo.
O Palmeiras contratou jogadores consagrados, como Felipe Melo e Michel Bastos, e começaram os comentários sobre o risco de haver problemas no ambiente. Como está até agora?
A gente recepciona muito bem todos os atletas que chegam. A gente trata bem, procura enturmar o mais rápido possível. Esses dias eu postei lá no Instagram o Michel jogando videogame com a gente (risos). É bom para os torcedores, nossos fãs, verem o nosso dia a dia, como as coisas acontecem. Estamos muito felizes. Não mudou nada. Não só eles, mas todos os outros que foram contratados chegam para somar. Isso qualifica ainda mais o nosso elenco e a gente tem tudo para chegar forte em todas as competições.
Você admite que pensou que poderia ser convocado para a Seleção. É um objetivo para você neste ano?
Não diria que é um objetivo. Primeiro eu penso no Palmeiras. Se acontecer vou ficar muito feliz. Se não acontecer, vou manter o foco aqui para a gente seguir nessa trajetória.
Fonte: LANCE!