O torcedor palmeirense que se acostumou a ver Gabriel Silva como lateral esquerdo pode se surpreender quando descobrir a forma como a cria das categorias de base do clube está jogando na Itália.
Em sua quarta temporada no futebol europeu, o jogador ainda atua em sua posição de origem. Mas também quebra o galho como lateral direito, na meia esquerda e até mesmo como volante.
O responsável pela transformação é Gian Piero Gasperini, técnico do Genoa, time que o brasileiro defende desde fevereiro –começou a atual edição do Campeonato Italiano defendendo o modesto Carpi.
“Não me incomodam essas mudanças não. Pelo contrário, até acho que é algo positivo. Significa que o técnico está prestando atenção e vendo algo de diferente em você. Os treinadores aqui na Europa tem esse costume, eles gostam de te testar em diferentes funções para saber em quais você rende”, afirmou o lateral, que completa 25 anos nesta sexta-feira.
Entre todas as posições em que Gabriel Silva foi testado na Itália, apenas uma o deixou um pouco desconfortável.
“O mais complicado foi ser volante porque foi algo completamente novo para mim”, disse o brasileiro, que atuou nessa função em sua última partida como titular do Genoa, contra o Bologna, em 24 de maio.
O curioso é que mesmo a lateral esquerda, sua posição de origem, não é algo natural para o ex-palmeirense. Destro de nascimento, ele escreve até hoje com a mão direita, mas se tornou canhoto com os pés depois de muita insistência do seu pai.
“Quando eu era pequeno, ele falava que já tinha muito lateral direito no mercado e me fazia chutar só esquerda. Acabei virando canhoto.”
Apesar de ter se tornado um curinga no Genoa, Gabriel Silva ainda se vê como lateral esquerdo, mas não descarta uma mudança de posição no futuro. O importante é encontrar uma forma de continuar sempre sendo escalado.
Emprestado pela Udinese, ele ainda não sabe onde jogará depois das férias do meio de ano. Um retorno ao Brasil, pelo menos por enquanto, não faz parte dos seus planos.
Após defender cinco times diferentes (Granada, Novara, Udinese, Carpi e Genoa) em quatro anos, seu maior desejo é encontrar um lugar onde possa ficar quieto por mais tempo. Não importa se como lateral esquerdo, lateral direito ou meio-campista.
“Jogadores jovens aqui na Itália são sempre emprestados para ganhar experiência, é por isso que rodei tanto. Mas falta morar por mais tempo em uma cidade, criar raiz em um time”, completa.
Fonte: Uol