Livre das lesões em 2016, Alisson tem se mostrado bem à vontade não apenas para ajudar o Cruzeiro ofensivamente, mas também para fazer “hora extra” na marcação. E o meia parece estar se dedicando mesmo à nova função.
Somadas todas as sete partidas por competições oficiais disputadas pelo Cruzeiro em 2016, o camisa 11 é, de acordo com o Footstats, o segundo maior “ladrão de bolas” do time celeste nesta temporada, com 20 desarmes certos, ficando atrás apenas do volante Henrique, que tem uma “roubada” a mais.
Em entrevista à Gazeta Esportiva, Alisson não escondeu a surpresa pelos números e fez questão de destacar a ajuda dos atletas do sistema defensivo, que têm, inclusive, passado dicas de marcação para os homens de frente do Cruzeiro.
“É algo que me surpreende pelo fato de eu jogar ali na frente. Até acho que tenho que agradecer muito ao Deivid por isso, por cobrar a ajuda na marcação de nós que jogamos na frente. A gente tenta ajudar da melhor maneira possível. Eu, o De Arrascaeta, o Willian, o Elber, dentro outros jogadores, sempre estamos tentando ajudar ao máximo a defesa atrás. Espero cada vez ajudar mais na marcação e também no ataque”, colocou.
“O pessoal ali de trás, o Dedé, o Henrique, o Bruno (Rodrigo), todos da linha defensiva tentam ajudar da melhor maneira possível, sempre pedindo para recompor. No ataque, às vezes, em uma ou outra bola podemos decidir o jogo, mas também temos que ajudar a impedir o outro time de atacar, temos que ter a defesa forte. Acho que isso vem com o pessoal lá de trás, que vem nos ajudando bastante a saber marcar”, acrescentou o camisa 11.
Meia já acumula 20 desarmes certos no ano e não escondeu a surpresa pelos números (Washington Alves/Light Press
Meia já acumula 20 desarmes certos no ano e não escondeu a surpresa pelos números (Washington Alves/Light Press
Exercendo uma dupla função no Cruzeiro, Alisson admite que prefere jogar apenas com a bola nos pés, mas reconhece a importância de apresentar um jogo mais completo, auxiliando na marcação. Para isso, o jogador tem acompanhado partidas de equipes de fora do país e tem se mostrado bastante atento aos ensinamentos de Deivid que, além de cobrar uma recomposição defensiva eficiente, também pede que os atacantes marquem pressão na frente.
“Jogar só com a bola, sem marcar, é muito bom. Mas, infelizmente, o futebol não te proporciona mais isso. Hoje, quem está atacando, tem que saber defender, porque senão sobrecarrega quem está atrás. Estamos tentando aprender da melhor maneira possível, tentando ver o futebol que se joga fora do Brasil para que possamos também absorver este estilo de fora e colocar em prática aqui”, comentou.
“O Deivid é um cara que fala para nós que se roubarmos a bola ali na frente, com certeza vamos cansar menos. Ele nos ajuda bastante e pede para nós roubarmos a bola, quando estivermos sem ela, e jogarmos, quando estivermos com o domínio dela”, completou.
Atacando e defendendo durante toda a partida, Alisson exerce um papel ainda mais intenso na equipe celeste, o que volta a acender, na torcida cruzeirense, o medo de o camisa 11 ser exigido em demasia, podendo se lesionar novamente. O jogador, contudo, acalma o torcedor e, apesar do maior sacrifício em campo, ressalta que a ajuda na marcação é uma função compartilhada com os demais companheiros de equipe, o que reduz seu desgaste físico nos jogos.
“Estou muito feliz com o que vem acontecendo neste ano comigo. Sem contusões, dando o meu melhor a cada dia. A gente tenta se sacrificar. Não por mim mesmo, mas pelos meus companheiros, comissão técnica. A gente tenta ajudar da melhor maneira possível. Quanto ao torcedor, ele pode ficar tranquilo, porque não só eu, mas também meus companheiros também estão tentando ajudar o Cruzeiro da melhor maneira possível para que a gente possa montar um time que saiba atacar, mas que saiba defender também”, destacou.
Maiores “ladrões de bola” do Cruzeiro em 2016*:
1º – Henrique: 21 desarmes certos
2º – Alisson: 20 desarmes certos
3º – Fabrício: 12 desarmes certos
4º – Sánchez Miño: 8 desarmes certos
5º – Fabiano e Lucas Romero: 6 desarmes certos
*apenas jogos por competições oficiais; vitória por 2 a 0, em amistoso contra o Rio Branco-ES, não foi considerada
Fonte: GazetaEsportiva.Net